Em 14 de Outubro, o Papa Francisco canonizou sete novos santos. Destes, dois são conhecidos no Brasil e a imprensa falou sobre eles, mesmo que brevemente: Papa Paulo VI e Dom Oscar Romero. Os outros cinco santos nem foram citados: Francisco Spinelli, Vicente Romano, Maria Catarina Kasper, Nazária Inácia de Santa Teresa de Jesus e Núncio Sulprizio. Aqui vou começar uma pequena série de biografias, um texto para cada dos sete, começando por Santa Maria Catarina Kasper.
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Maria Catarina nasceu em 26 de Maio de 1820 na cidade de Dernbach, que fica na Alemanha, próxima a fronteira coma França, foi a terceira filha de quatro irmãos, seus pais eram Heinrich e Katharina. O pai tinha ainda outras quatro filhas de um primeiro casamento.
Desde pequena gostava de ler, em especial a Bíblia e o livro A Imitaçãoo de Cristo, de Thomas Kempis. Aos seis anos começou a ir para escola, mas nunca se destacou pois costumava passar longos períodos ausente por doença ou tendo que ajudar na colheita e afazeres domésticos. Quando ficou um pouco maior, quebrava pedras para construção de estradas. Segundo ela, desde muito cedo sentiu um chamado à vida religiosa, mas sabia que os pais necessitavam do seu trabalho. Quando podia, viajava até um santuário mariano para rezar, muitas vezes servindo como líder de um grupo de meninas da cidade.
Em 1841 seu pai morreu, no ano seguinte um dos irmãos. Ela e a mãe tiveram que sair da casa onde moravam e Maria começou a trabalhar como costureira, ganhando 10 centavos por dia. Sua mãe morreu pouco depois, deixando-a livre para seguir sua vocação. Devido à perseguição religiosa em décadas anteriores, na região havia apenas monges Franciscanos e Cistercienses, nenhuma ordem feminina. Maria, com o auxílio da comunidade, coonseguiu construir uma pequena casa na sua cidade. Suas amigas de infância começaram a ajudá-la nos trabalhos aos pobres, algumas ainda morando com suas famílias. O Bispo da região, Dom Joseph Blum, ficou sabendo do trabalho e as incentivou a persistirem.
Em 15 de Agosto de 1851, o Bispo Blum recebeu os primeiros votos do pequeno grupo, iniciando a Ordem da Servas Pobres de Jesus Cristo. A ordem cresceu rapidamente e várias casas se formaram na Alemanha, em 1854 abriram a primeira escola, em 1859 fundaram a primeira casa na Holanda e, em 9 de Março de 1860, o Papa Pio IX assinou um carta apoiando as irmãs, que foram oficialmente reconhecidas em 21 de Maio de 1890 pelo Papa Leão XIII.
Maria serviu como superiora da Ordem por cinco períodos, faleceu em 02 de Fevereiro de 1898 na sua cidade natal, devido a um infarto. Seus restos mortais estão no altar da casa principal da Ordem, em Dernbach. O processo de beatificação começou em 1928, foi interompido várias vezes, até ser beatificada em 16 de Abril de 1978, pelo Papa Paulo VI. A cura completa e imediata da irmã Maria Herluka, que já sofria gravemente de tuberculose, foi confirmada como um milagre e serviu como justificativa final para a canonização.
A ordem das Servas Pobres de Jesus Cristo está presente no Piauí e Ceará, além de vários países, inspiradas por sua fundadora a servir aoos pobres, seguindo o exemplo de Maria e vivendo na dependência da providência de Deus.
-- autoria própria
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