23 de mar. de 2019

Santa Cunegundes, imperatriz e irmã de clausura

Santa Cunegundes nasceu em 975, era uma dos onze filhos de Siefried I de Luxemburgo e Edviges de Nordgau e descendente direta do Imperador Carlos Magno. Ela desejava tornar-se uma irmã de clausura desde jovem, mas por motivos políticos, seus pais arranjaram um casamento com o Príncipe Henrique, que viria se ser imperador do Santo Império Romano e canonizado pela Igreja. Em comum acordo, decidiram preservar a castidade, mesmo dentro do casamento e, por óbvio, não tiveram filhos.

São Henrique e Santa Cunegundes.
O marido foi coroado Imperador em 9 de Julho de 1002 e ela, imperatriz, em 10 de Agosto, ambos na cidade de Mainz, atual Alemenha. Como era tradição, depois foram coroados imperador e imperatriz pelo Papa, dentro da Basílica de São Pedro pelo Papa Bento VIII. Segundo relatos, era muito ativa politicamente, atuando como principal conselheira do marido e tomando parte dos Conselhos Imperiais. 

Durante o reinado, ela caiu gravemente doente e prometeu que caso fosse curado, doaria as terras e construiria um monastério para irmãs de clausura em Kassel, promessa que cumpriu prontamente após restaurar sua saúde. 

Diz-se que certa noite adormeceu, deixando uma vela acesa sobre sua cama, que em certo momento pegou fogo. Ao acordar, fez um Sinal da Cruz e o fogo imediatamente apagou. Em outro episódio, este bem mais público, seus inimigos políticos começaram a espalhar mentiras sobre sua fidelidade ao marido, dizendo que quebrara o voto de castidade com outros homens. Inspirada por Deus, mandou organizar como uma passarela de brasas ardentes e andou sobre elas, sem sofrer queimaduras, o que foi entendido como sinal de pureza. 

Em 1024 seu marido faleceu e ela assumiu o posto de regente do Império. Por não ter filhos, organizou um Conselho Imperial que elegeu o futuro rei, Conrado, que era príncipe de Worms e Speyer. 

Como viúva, Cunegundes rapidamente desfez-se dos bens materiais, doando o dinheiro para os pobres e a Igreja. Em 1025, no exato dia em que completou um ano da morte do marido, ela se retirou para a Abadia de Kaufungen, para tornar-se um irmã beneditina. Neste dia doou seu último bem material, uma relíquia da Santa Cruz, desfez-se de suas vestes imperiais e assumiu o hábito de irmã. 

No mesmo convento estava sua sobrinha Judite, que preferia passar o tempo em fofocas com outras irmãs em vez de orar, jejuar e ajudar nos trabalhso do convento. Após tentar corrigi-la muitas vezes, teria perdido a paciência e dado um tapa no rosto da sobrinha, mas a marca permaneceu no rosto por toda a vida, como uma lembrança dos votosde castidade e obediência que todas haviam feito.

Viveu por quinze anos dedicando à oração e aos trabalhos de caridade do convento até falecer em 3 de Março de 1040.  A santa foi canonizada pelo papa Inocêncio III em 29 de março de 1200 e é a patronessa de três países: Luxemburgo, Lituânia e Polônia. 
  

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