17 de fev. de 2018

Beato Frade Angélico, o patrono dos pintores

Guido di Pietronasceu em 1395, próximo da cidade de Fiesole, Itália. Sobre seus pais, família e infância não há nenhum registro. Em 17 de Outubro de 1417, ele foi registrado como membro da Paróquia de Carmine, já tendo declarado que por profissão era pintor, o que é confirmado por dois recibos de pagamento por seus trabalhos na Igreja de Santo Estevão. O próximo registro, datado de 1423, já informado que era um frade dominicano e havia mudado o nome para João, em honra ao evangelista. Mas, nos dias atuais, é conhecido como Fra Angélico, pois seus trabalhos eram tão perfeito que só poderiam ter sido feitos por anjos.
A Anunciação

Seu primeiro trabalho conhecido foi o altar da Igreja de São Domingos, em Fiesole. No início de 1425 pintou a Anunciação, que hoje está no Museu do Prado em Madri. Em primeiro plano, o anjo anuncia a Maria que está grávida do Filho de Deus, ao fundo Adão e Eva se afastam da presença de Deus. Ali Deus inicia sua obra de salvação através de Jesus Cristo, Maria, iluminada pelo Espírito Santo, aceita sua missão, tudo em contraste com o que aconteceu no Jardim do Édem.

Em 1436, Fra Angélico foi transferido para o Convento de São Marcos, em Florença. Esta mudança o colocou no centro artístico da época, patrocinado pela riquíssima família dos Medici. Em 1939, ele completou o Altar da Igreja, onde aparece ao centro Nossa Senhora com o Menino Jesus, ao redor deles estão vários santos da Igreja. Esta pintura marca uma mudança importante, pois o comum na época era mostrar Maria nos céus cercada de anjos, e não numa cena  mais natural e humana.

Em 1445, Fra Angélico foi chamado pelo Papa Eugênio IV para pintar a Capela de São Pedro, trabalho que foi perdido com a demolição do prédio cerca de 100 anos depois. Nesta época foi-lhe oferecido o Arcebispado de Florença, que Fra Angélico recusou. A partir daí, dividiu sua vida entre Florença e Roma, pintando em diversas igrejas em ambas cidades. 

Faleceu em 1455 quando estava vivendo no convento dos dominicanos em Roma e foi enterrado na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva. Fra Angélico viveu uma vida de obediência dentro da Ordem dos Dominicanos, nunca usou de sua fama para assumir cargos importantes, era exemplar na oração e não retocava sua obras pois considerava que haviam sido pintadas sobre a inspiração do Espírito Santo. 

Em seu túmulo está escrito:

Quando cantares minhas honrarias, não compare meus talentos aos de Apeles(*). Diga, sempre, que em nome de Cristo, que eu dei tudo o que tinha aos pobres. Os atos que contam na Terra não são os mesmos que importam no céus. 

Na sua beatificação em 03 de Outubro de 1982, Santo Papa João Paulo II disse:

O Beato Frade Angélico sempre lembrava que "aquele que faz as obras de Cristo, deve permanecer sempre com Cristo". Viveu sua vida desta maneira e ficou conhecido como "Angélico", devido a sua perfeita integridade e beleza quase divina de suas obras, honrando a Nossa Senhora. 

Beato Fra Angélico é celebrado pela igreja em 18 de Feveereiro, data de sua morte.

(*) Apeles é considerado o melhor pintor da Grécia Clássica.

-- autoria própria

5 de fev. de 2018

Sadoc, o Sacerdote



Sadoc foi nomeado sacerdote pelo Rei Davi (2Sm 8, 17). Quando Davi teve que fugir de Jerusalém, Sadoc e outros sacerdotes seguiram-no levando a Arca da Aliança, mas o Rei ordenou que permanecessem na cidade, onde ajudaram muitíssimo pois puderam contar ao Rei os planos de Absalão (2Sm 15, 24-35) e, também, como porta-voz do Rei junto aos anciãos, coonvencendo-os a apoiar o retorno do Rei.

Nos últimos dis do Rei, que já estava muito velho, seu filho Abiatar fez-se o novo rei, sem a aprovação do pai. Davi, então, tornou pública sua decisão ao nomear seu filho Salomão para o cargo. Em uma cerimônia presidida por Sadoc,  Salomão foi ungido, que ali iniciou o reinado, e, por sua vez, nomeou Sadoc como sumo sacerdote em retribuição à sua fidelidade ao Rei Davi. Assim a Bíblia narra a coroação de Salomão (1 Reis 1:38-40):

O sacerdote Sadoc desceu com o profeta Natã, Banaías, filho de Jojada, os cereteus e os feleteus; fizeram montar Salomão na mula de Davi e conduziram-no a Gião. Tomou o sacerdote Sadoc no tabernáculo o chifre de óleo e ungiu com ele Salomão. A trombeta soou e todo o povo pôs-se a gritar: Viva o rei Salomão! Depois toda a gente voltou atrás dele, tocando flauta e fazendo grandes festas, de modo que a terra vibrava com suas aclamações.

Inspirado por este trecho bíblico, em 1727 George Handel compôs "Sadoc, o Sacerdote" para a coroação do Rei George II, e desde então tem sido utilizado em todas coroações, incluindo a mais recente da Rainha Elizabete II. O texto é curto:

Zadok the Priest, and Nathan the Prophet anointed Solomon King.
And all the people rejoiced, and said:
God save the King! Long live the King!
May the King live for ever,
Amen, Allelujah.

Tradução:
Sadoc, o Sacerdote; e Natã, o Profeta, ungiram Salomão como Rei.
E todo povo se alegrou e disse:
Deus salve o Rei! Vida longa ao Rei!
Possa o Rei viver para sempre!
Amém! Aleluia!

Na liturgia pode ser utilizada não apenas em coroações ou quando as leituras se referem ao tema específico, mas também para os noivos em um casamento, trocando King e Queen na letra, conforme o caso.

-- autoria própria

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