27 de out. de 2018

São Núncio Sulpízio, o menino pobre que sofreu por Jesus Cristo

Infância

Núncio nasceu um dia após a Páscoa, em 13 de Abril de 1817, durante um grande fome que atingia a província de Pescara, seu nome é uma homenagem ao avô paterno. Foi batizado no mesmo dia, pois seus pais temiam por sua saúde. Quando tinha apenas três anos, seu pai morreu. Quatro meses após. morreu também sua irmã Domenica. 

Sua mãe casou novamente com um homem mais velho, mas que podia sustentar a todos. Núncio apenas mais um pela casa, a quem ele não precisava dar atenção, nunca demonstrou carinho pelo menino, pelo contrário, tratava-o sempre as gritos, reclamando e recriminando por tudo. 

Em 5 de Março de 1823, sua mãe morreu, ele ainda não havia completado seis anos. O padrasto imediatamente mandou-o para a avó, Rosária Rossi. Ela teve uma acolhida carinhosa e erra tratado adequadamente. Acompanhva sua avó às missas, rezando o rosário juntos e ajudava nos afazeres da casa. Frequentava a escola do Padre Fantacci, que lhe ensinou a adorar o Santíssimo Sacramento.

Em 4 de Abril de 1826, sua avó morreu, antes dele completar nove anos. Seu tio Domenico Luciani, um ferreiro, levou-o para casa, tirou-o da escola e começou a ensinar a profissão. Na verdade, tratava-o como um funcionário, ou menos. Quando o menino errava, era punido com surras ou não recebia comida. Usava-o para buscar material ou levar entregas, as vezes ítens muito pesados ou muito longe. Eram tarefas difíceis para um adulto, terríveis para uma criança. 

Neste tempo. Núncio começou a associar seus sofrimentos aos de Cristo. Sabia que Jesus fora humilhado e tratado como a escória da humanidade, assim como acontecia com ele. Começou a oferecer seus sofrimentos pelos pecados do mundo, rezava para fazer a vontade de Deus e apenas pedia o descanso eterno. 

Doença

Num dia de inverno, seu tio mandou-o ir muito longe para buscar algumas ferramentas novas. Sem um sapato adequado, no frio, seu pé ficou em feridas, que infectaram. Estava tão fraco que não podia levantar da cama. Seu tio avisou-o que se não trabalhasse, não seria alimentado. Por falta de cuidado, seu pé transformou-se em gangrena, das feridas corria pus. Alguém aconselhou-o a ir num riacho próximo pra lavar suas feridas, mas chegando lá uma mulher o expulsou por que temia que ele infectasse a água que bebiam. Começou a ir a outro riacho, mais longe da sua casa, o que lhe obrigava a caminhar ainda mais. 

Depois de algum tempo, finalmente seu tio lhe internou num hospital em Áquila. Neste tempo, um outro tio que era soldado, irmão do pai dele, ficou sabendo do que estava acontecendo. Ele contou o caso para seu comandante, Coronel Felice, homem muito caridoso, que praticamente adotou à Núncio e providenciou sua transferência para o hospital em Nápoles, onde poderia ser melhor tratado. 

Certo dia um padre foi visitar os doentes. Segundo ele, perguntou ao menino:
- Estás sofrendo muito?
- Não padre, estou fazendo a vontade de Deus.
- E o que posso fazer por você?
- Gostaria de me confessar e receber a primeira comunhão.
Surpreso, o padre exclamou:
- Mas seus pais não lhe levaram à Igreja?
- Meus pais morreram quando eu tinha apenas cinco anos.
- E quem cuida de você desde então?
- A providência divina!

Este padre começou a preparar-lhe para a receber os sacramentos. Segundo ele era visível que o menino estava recebendo graças extraordinárias, crescendo em todas virtudes e no amor a Jesus Cristo. Outro padre napolitano, que viria a ser canonizado também, São Gaetano Errico, conheceu a Núncio e prometeu-lhe que aceitaria-o na sua ordem tão logo tivesse idade suficiente. 

Núncio permaneceu dois anos no hospital e numa casa de recuperação em Ischia, sempre aos custos do Coronel Felice. Ocupava seu temppo indo rezar na capela ou ensinando o catecismo às outras crianças. A todos doentes encorajava a aceitar os sofrimentos com alegria. 

Sua saúde estava melhor, mas então foi diagnosticado com câncer nos ossos. Os médicos decidiram por amputar a perna, mas o câncer já estava se espalhando pelo corpo. Seu corpo todo era apenas dor. A todos dizia: Jesus sofreu muito mais por nós, em troca recebeu a vida aterna, é através destas dores que estou ganhando o Paraíso" ou "Espero que meu sofrimento hoje tenha salvado uma alma de um pecador que iria para o Inferno". Ao Coronel escreveu: "Fique contente, dos céus estarei sempre lhe ajudando e orando por ti". 

Falecimento e canonização

Em 5 de Maio de 1836, Núncio morreu após receber os últimos sacramentos. O povo pediu para ir rezar em seu velório, que acabou se estendendo por cinco dias. Do caixão exalava um cheiro de rosas e seu corpo permaneceu em perfeitas condições. 

Dez anos após sua morte foi aberto o processo de canonização, que se arrastou por mais de cem anos. São Núncio Sulpício foi beatificado em 1o. de Dezembro de 1963 pelo Papa Paulo VI e canonizado em 14 de Outubro de 2018 pelo Papa Francisco. O milagre que confirmou sua santidade foi a cura de um jovem que se acidentara ao cair de uma motocicleta e estava em coma. Seus familiares pediram que uma relíquia do santo fosse colocada ao lado da leito hospitalar. Uma semana após, o rapaz despertou do coma em perfeitas condições, sem nenhuma seqüela. 

Os restos mortais de São Núncio Sulpício estão na Igreja de São Domingos Soriano, em Nápoles. Na Igreja de São Cirilo de Alexandria, em Pittsburgh, há um santuário em sua honra.

-- autoria própria.

Em 14 de Outubro, o Papa Francisco canonizou sete novos santos: Papa Paulo VI, Dom Oscar Romero, Francisco Spinelli, Vicente Romano, Maria Catarina Kasper, Nazária Inácia de Santa Teresa de Jesus e Núncio Sulprizio. MInha intenção é escrever sobre cada um deles nos próximos dias.

23 de out. de 2018

Santa Maria Catarina Kasper

Em 14 de Outubro, o Papa Francisco canonizou sete novos santos. Destes, dois são conhecidos no Brasil e a imprensa falou sobre eles, mesmo que brevemente: Papa Paulo VI e Dom Oscar Romero. Os outros cinco santos nem foram citados: Francisco Spinelli, Vicente Romano, Maria Catarina Kasper, Nazária Inácia de Santa Teresa de Jesus e Núncio Sulprizio. Aqui vou começar uma pequena série de biografias, um texto para cada dos sete, começando por Santa Maria Catarina Kasper.

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Maria Catarina nasceu em 26 de Maio de 1820 na cidade de Dernbach, que fica na Alemanha, próxima a fronteira coma França, foi a terceira filha de quatro irmãos, seus pais eram Heinrich e Katharina. O pai tinha ainda outras quatro filhas de um primeiro casamento. 

Desde pequena gostava de ler, em especial a Bíblia e o livro A Imitaçãoo de Cristo, de Thomas Kempis. Aos seis anos começou a ir para escola, mas nunca se destacou pois costumava passar longos períodos ausente por doença ou tendo que ajudar na colheita e afazeres domésticos. Quando ficou um pouco maior, quebrava pedras para construção de estradas. Segundo ela, desde muito cedo sentiu um chamado à vida religiosa, mas sabia que os pais necessitavam do seu trabalho. Quando podia, viajava até um santuário mariano para rezar, muitas vezes servindo como líder de um grupo de meninas da cidade.

Em 1841 seu pai morreu, no ano seguinte um dos irmãos. Ela e a mãe tiveram que sair da casa onde moravam e Maria começou a trabalhar como costureira, ganhando 10 centavos por dia. Sua mãe morreu pouco depois, deixando-a livre para seguir sua vocação. Devido à perseguição religiosa em décadas anteriores, na região havia apenas monges Franciscanos e Cistercienses, nenhuma ordem feminina. Maria, com o auxílio da comunidade, coonseguiu construir uma pequena casa na sua cidade. Suas amigas de infância começaram a ajudá-la nos trabalhos aos pobres, algumas ainda morando com suas famílias. O Bispo da região, Dom Joseph Blum, ficou sabendo do trabalho e as incentivou a persistirem.

Em 15 de Agosto de 1851, o Bispo Blum recebeu os primeiros votos do pequeno grupo, iniciando a Ordem da Servas Pobres de Jesus Cristo. A ordem cresceu rapidamente e várias casas se formaram na Alemanha, em 1854 abriram a primeira escola, em 1859 fundaram a primeira casa na Holanda e, em 9 de Março de 1860, o Papa Pio IX assinou um carta apoiando as irmãs, que foram oficialmente reconhecidas em 21 de Maio de 1890 pelo Papa Leão XIII. 

Maria serviu como superiora da Ordem por cinco períodos, faleceu em 02 de Fevereiro de 1898 na sua cidade natal, devido a um infarto. Seus restos mortais estão no altar da casa principal da Ordem, em Dernbach. O processo de beatificação começou em 1928, foi interompido várias vezes, até ser beatificada em 16 de Abril de 1978, pelo Papa Paulo VI. A cura completa e imediata da irmã Maria Herluka, que já sofria gravemente de tuberculose, foi confirmada como um milagre e serviu como justificativa final para a canonização. 

A ordem das Servas Pobres de Jesus Cristo está presente no Piauí e Ceará, além de vários países, inspiradas por sua fundadora a servir aoos pobres, seguindo o exemplo de Maria e vivendo na dependência da providência de Deus. 

-- autoria própria

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