14 de mar. de 2020

Sobre a obrigação de ir à Missa em tempos de pandemia

A obrigação de ir à Missa dominical e dias santos é afirmada no Código Canônico (1246-1248) e enfatizada no Catecismo (2180-2183). Ninguém duvida desta obrigação. A Igreja, no entanto, não pode obrigar, nem tenta forçar, ninguém a ir à Missa, digamos que não há uma polícia da religião ou algo assim, mas sempre enfatiza a importância da missa semanal.

Em caso de faltar esta obrigação, a questão fundamental não é quantas missas a pessoa deixou de ir, mas por que não foi a Missa? Como veremos, há motivos razoáveis para não ir a Missa: impossibilidade, dispensa e justificação.

Se não for a Missa, o católico é convidado a realizar algum exercício espiritual, como rezar a Liturgia das Horas, assistir a Missa na televisão, se manter em oração por uma hora (tempo de duração de uma Missa) ou algo que lhe seja possível. É claro que nada disso corresponde ao sacrifício pascal de uma Missa, mas são boas alternativas espirituais.

Impossibilidade

Desde dos tempos mais antigos é reconhecido que ninguém é obrigado a realizar o impossível. Se as missas são canceladas em um local e não há maneira razoável de ir a outro, pode ser impossível encontrar uma missa para assitir. No caso, quando um país inteiro não realiza missas, não há alternativas razoáveis, talvez apenas para quem mora nas cidades da fronteira.

Dispensa

A obrigação de rezar a Deus nos domingos é um dos mandamentos já presentes no Antigo Testamento, mas a obrigação específica de ir a Missa é uma questão da lei eclesiástica e pode ser dispensada pelo Bispo diocesano ou párocos após considerarem gravemente as circunstâncias locais e a saúde espiritual de seu rebanho. É óbvio que as decisões de um bispo ou pároco alcançam apenas aqueles que estão sob sua administração. Se um bispo da Itália dispensa seus fiéis de ir a Missa, isto não se aplica ao Brasil.

Justificação

A justificação individual é o motivo mais comum para não ir a Missa, especialmente por que estar doente é uma justificativa válida. Duas observações são importantes:

Primeiro, não devemos julgar.  Se uma pessoa diz que não foi a Missa por que está com dor de cabeça, isto pode não parecer suficiente para um, mas não há como saber com certeza quão debilitante é para aquela pessoa. Lembre-se, no final todos teremos que nos justificar perante Deus, não para os irmãos. 

Segundo, cada doença possui diferentes riscos para o doente e aqueles que estiverem a sua volta. Algumas doenças não colocam outros em risco, como o câncer; outras são mais contagiosas, como sarampo e gripe. É justo que alguém deixe de ir a Missa para não colocar a saúde de outros em risco, por justiça em relação aos seus irmãos e irmãs. 

Este segundo ponto pode se estender a pessoas que mesmo não estando doentes, considerem o risco de estarem transmitindo uma doença por ter contato com alguém doente. No caso do coronavírus, a ciência está indicando que este risco é importante e não deve desprezado. 

Estar com medo de contrair uma doença não parece ser uma justificativa razoável, afinal todos estamos expostos a este risco diariamente. Mas cada pessoa deve exercer seu julgamento individual, considerar os riscos para si, seus familiares e, em caso de dúvida, rezar para que Deus ilumine sua decisão. De novo, a ninguém cabe julgar o irmão, apenas a Deus. 

-- autoria própria, baseado no texto publicado pelo Dr. Edward Peters

1 de mar. de 2020

Shahbaz Bhatti, Servo de Deus, político paquistanês


Shahbaz Bhatti nasceu no Paquistão em 1968, era filho de uma família católica em um país onde menos de 2% da população é cristã, e devido a sua vida, são discriminados, deixados na pobreza e sem educação! Ele contava que em uma Sexta-Feira Santa, quando tinha 13 anos, ouviu uma homília sobre o sacrifício de Jesus na Cruz e decidiu, naquele dia, que dedicaria sua vida defendendo os cristãos e outras minorias no país.


Mantendo sua palavra, quando estava na universidade, Bhatti organizou um grupo de estudantes cristãos para resistir aos ataques da maioria de muçulmanos radicias. Em 2008 foi nomeado Ministro para Assuntos das Minorias, o primeiro ministro cristão na história do país! Mesmo sabendo que sua luta pelas minorias tornava-o um alvo, manteve-se lutando por justiça, especialmente contra as leis contra blasfêmia do governo islâmico. Nunca casou, morava com sua mãe e dedicava-se a causa da ingualdade. Na manhã de 2 de Março de 2011, quando saiu de casa, foi assassino. Tinha apenas 42 anos! No seu diário, havia escrito antes de sair: Eu creio em Jesus Cristo que deu sua vida por nós e estou pronto a morrer por sua caus. Eu vivo por minha comunidade e vou morrer defendendo seus direitos”. O Papa Francisco declarou Bhatti como sendo um Servo de Deus.


-- tradução do texto escrito pelo Pe Pat Angelucci, que foi publicado no boletim da Paróquia Bom Bosco, Port Chester/NY, Março/2020.

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