6 de mai. de 2020

Santa Melânia, a Jovem.

Melânia nasceu em Roma, filha de pais cristãos, no ano 383. Sua avó também chamava-se Melânia e é reconhecida como santa. Seus pais planejaram que Melania deveria se casar e herdar as propriedades da família.

Assim, aos 13 ou 14 anos, Melânia casou-se com outro jovem rico, Valério Piniano. Ela pediu que vivessem em castidade ou não a liberasse do compromisso do casamento combinado pelos pais. Valério respondeu que não concordava, mas prometeu que depois do segundo filho ambos poderiam passar as propriedades para os filhos e renunciar ao mundo.

Primeiro Melânia concebeu uma menina, mas o segundo parto foi extremamente difícil, dele nasceu um menino prematuro e com problemas de saúde que faleceu após ser batizado. A mãe também corria risco de vida e Valério pediu a Deus que a preservasse e que passariam o resto de suas vidas em castidade. Recuperada, Melânia parou de vestir-se conforme a moda, com roupas vistosas e jóias. Infelizmente sua filha caiu doente e faleceu alguns meses após.

Os pais de Valério e Melânia não aceitaram a decisão dos filhos e, de várias formas, tentaram que mudassem de idéia e tivessem herdeiros. Quando o pai de Melânia ficou gravemente doente, pediu perdão por tudo que havia dito e feito, concordou que o casal deveria seguir aquilo que Deus lhes inspirara e pediu que rezassem por ele.

Vida de peregrinos e caridade

Após o falecimento, Valério e Melânia deixaram a cidade de Roma e passaram a viver a serviço de Deus. Ajudavam os doentes, indigentes e peregrinos, visitavam os que haviam sido banidos da cidade e os condenados a trabalhos forçados. Venderam todos os bens na Itália e Espanha distribuindo o dinheiro para hospitais, monastérios, orfãos e viúvas em todo Império Romano. Muitas igrejas foram construídas graças ao seu auxílio.

Em certa ocasião estavam indo para Cártago, mas uma forte tempestade carregou o barco para uma ilha comandada por mercenários que exigiram o pagamento de um resgate para libertá-los. O casal pagou não apenas o valor para eles, mas também para toda tripulação do navio.

Ao chegarem na África destacaram-se por que estavam constatemente em oração ou lendo a palavra de Deus. Melânia começou a fazer cópias dos livros sagrados e distribui-los para locais que não os tinham.

Depois de sete anos em Cártago, foram em peregrinação para Jerusalém. Lá conviveram com São Jerônimo, distribuíram o restante dos seus bens e Melânia passou a viver em uma cela no Monte das Oliveiras. Depois disso raramente via seu marido. 

Vida monástica

Ela fundou um monastério que começou a atrair jovens, chegou a ter 90 moças dedicadas à oração. Por humildade, Melânia não aceitava ser chamada de abadessa e continuava a passar muitas horas em oração solitária. Sempre ensinava que era necessário muita oração para guardar a pureza da alma e do corpo, e a obedecer à vontade de Deus. Quando seu marido morreu, Melânia deu-lhe um funeral cristão e colocou algumas relíquias no altar do monastério, ao lado das relíquias de outros santos.

Neste tempo, decidiu que construiria um monastério para homens no Monte da Ascenção do Senhor. Sua intenção foi abençoada por Deus que lhe enviou um benfeitor que proveu o dinheiro para a construção. o que permitiu terminar as obras em apenas um ano.

Após isso decidiu ir a Constantinopla para converter seu tio Volusiano que estava na cidade como embaixador romano. Chegando lá encontrou-o muito doente, mas suas orações e discursos convenceram-no a abandonar os deuses romanos e ser batizado cristão. Na cidade havia muitos heréticos nestorianos, Melânia foi importante por que explicava para o povo onde estava o erro deles, trazendo-os de volta à Igreja.

Morte e culto

Cerca de um ano depois retornou ao monastério em Jerusalém. Vendo que sua saúde começava a faltar, chamou os padres e monjas, deu-lhes instruções para seguirem uma vida de oração e jejuns, e recebeu os sagrados sacramentos, falecendo no ano de 439.

Santa Melânia, chamada a Jovem, é mais popular na Igreja Ortodoxa, com sua vida sendo confundida com a de sua avó, Santa Melânia, a Velha. Alguns manuscritos que relatam sua vida foram descobertas nos séculos XIX e XX e publicados pelo Vaticano. 

Hoje ela é considerada uma das Mães do Deserto, um grupo de mulheres que nos primeiros séculos da igreja dedicaram-se a vida monástica, mas pouco de seus escritos sobreviveram ao tempo, ao contrário dos Padres do Deserto.


-- autoria própria


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