22 de dez. de 2024

Pregão de Natal


Do latim, præ-conium (anúncio solene ou pregão) de um acontecimento importante, proclamado diante da comunidade. Um pregão pode ser notificação oficial de parte da autoridade, ou inauguração solene de umas festas populares.

Na Liturgia, diz-se sobretudo do anúncio gozoso que, na Vigília Pascal, faz o diácono, no começo da celebração, proclamando os louvores da noite enternecedora que a comunidade começa a celebrar, e na qual se anunciará, a seu tempo (no Evangelho), a grande notícia da Ressurreição do Senhor. O nome de «pregão pascal» é mais feliz do que «bênção do círio» que se lhe dava, noutros tempos.

Também se pode cantar o pregão na noite de Natal, no começo da «Missa do Galo», com uma fórmula bem preparada e aprovada pelos bispos. O Pregão de Natal situa o Mistério da Incarnação no contexto da história do cosmos (Criação do mundo e Dilúvio), da história do Povo de Deus (Abraão, Êxodo, David) e da história universal (olimpíadas, fundação de Roma e império de Augusto). Isto é importante para entendermos que o Nascimento de Cristo aconteceu em um momento da história humana, não é uma ficção. 

O Natal é uma consagração do mundo e da história humana com horizontes de uma abertura verdadeiramente universal. Transcrevo aqui o texto oficial, segundo a Conferência de Bispos de Portugal por que não achei nada vindo da CNBB:

«Vos anunciamos irmãos uma boa notícia, 

uma grande alegria para todo povo,

escutem-na com com o coração alegre.


Passados inumeráveis séculos desde a criação do mundo,

 quando no princípio Deus criou o céu e a terra

 e formou o homem à sua imagem;

 depois de muitos séculos, 

desde que o Altíssimo pôs o seu arco nas nuvens 

como sinal de aliança e de paz; 

vinte e um séculos depois da emigração de Abraão, 

nosso pai na fé, de Ur dos Caldeus; 

treze séculos depois de Israel ter saído do Egito, 

guiado por Moisés; 

cerca de mil anos depois que David foi ungido rei; 

na semana sexagésima quinta, 

segundo a profecia de Daniel; 

na Olimpíada cento e noventa e quatro; 

no ano setecentos e cinquenta e dois da fundação de Roma; 

no ano quarenta e dois do império de César Octávio Augusto; 

estando todo o orbe em paz, 

Jesus Cristo, Deus eterno e Filho do eterno Pai, 

querendo consagrar o mundo com a sua piedosíssima vinda, 

concebido pelo Espírito Santo, 

nove meses depois da sua concepção, 

nasceu em Belém de Judá, 

da Virgem Maria, feito homem: 

é o Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo 

segundo a carne».



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