19 de jan. de 2015

Celibato, continência e castidade

A segunda leitura deste domingo nos dizia: O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor é para o corpo (1 Cor 6,13). Pois bem, é comum encontrar uma confusão em três termos bastante comuns quando falamos sobre a posição da Igreja sobre sexualidade: celibato, continência e castidade. Então, para esclarecer melhor o que significam, vou traduzir um excelente texto do canonista Edward Peters (original aqui).

Celibato é a escolha, consciente e delibarada, de não entrar em um casamento. Celibato não é apenas ser solteiro, é uma decisão pessoal; por óbvio, nenhuma criança é celibatária. Pode ser uma escolha temporária, por exemplo decidir esperar até a formatura, ou permanente, devido a votos religiosos. Pode ser uma escolha por boas razões, como ir ajudar os necessitados em países distantes; ou por más razões, como manter a independência para namorar quantas pessoas desejar. Quando houver livre escolha, podemos chamar tal pessoa de celibatária.

Portanto, solteiros, sejam quais forem as circunstâncias, talvez não tenha encontrado o amor da sua vida ou decidiu entrar na vida religiosa, são convidados pela Igreja a restrigirem suas atividades sexuais, a exercerem a continência, próxima palavra que veremos. Por enquanto, enfatiza-se que celibato é uma escolha de vida, temporária ou permanente.

Continência é a escolha de não manter relações sexuais. Novamente, é importante ser uma escolha, simplesmente não ter sexo não é exatamente continência. Se houver um problema de saúde que impossibilite relações sexuais, não teriamos continência, ou num exemplo extremo, uma pessoa vivendo sozinha numa ilha não teria parceiros para manter relações, Em ambos casos não se falaria de continência. 

Todos solteiros são chamados a se absterem de relações sexuais, mesmo que estejam namorando ou sejam noivos. Mas também é possível que casais decidem manter continência, o caso de Maria e José. Eles não eram celibatários, pois estavam casados, mas abstiveram-se de relações sexuais. 

A expressão "continência temporária" é comum e significa que um casal decide não manter relações por um tempo, como, por exemplo, o tempo de Quaresma. Mas, neste caso, o termo "abstinência" é mais adequado. 

Castidade é uma virtude que ocorre quando a pessoa utiliza sua capacidade sexual em acordo com seu estado de vida. Ou seja, uma pessoa solteira é casta se mantiver continência, isto é, não manter relações sexuais; uma pessoa casada é casta se mantiver relações sexuais apropriadas com sua esposa, e somente com sua esposa. Em ambos casos, solteiros ou casados, trata-se da mesma virtude, mas as ações são diferentes. 

Em resumo, a Igreja ensina que todos são chamados a castidade, em todos os tempos e situações; que pessoas solteiras são chamadas à continência; e reconhece que algumas pessoas podem escolher o celibato como modo de vida por justas razões.

-- Tradução própria.

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