O Batismo, de fato, não é uma purificação da imundície corporal, mas o compromisso de uma consciência pura perante Deus. Eis por que o Senhor, a fim de nos preparar para a vida que brota da ressurreição, propõe-nos todo um programa de vida, prescrevendo que não nos entreguemos à cólera, sejamos pacientes nas contrariedades e livres na aflição dos prazeres e do amor ao dinheiro. Isto nos manda o Senhor, para nos induzir a praticar, desde agora, aquelas virtudes que na vida futura se possuem como condição natural da nova existência.
O Senhor que nos concede a vida, estabeleceu conosco a aliança do batismo, como símbolo da morte e da vida. A água é imagem da morte e o Espírito Santo nos dá o penhor da vida, restitui o paraíso, concede-nos entrar no reino dos céus e voltar à adoção de filhos. Dá-nos confiança de chamar a Deus de nosso Pai, de participar da graça de Cristo, de sermos chamados filhos da luz, de tomar parte na glória eterna. Numa palavra, de receber a plenitude de todas as bençãos, tanto na vida presente quanto na futura.
-- adaptado Do Livro Sobre o Espírito Santo, de São Basílio, bispo (século IV)