Dizemos ainda: Seja feita vossa vontade assim na terra como no céu. Não para que Deus faça o que quer, mas para que possamos fazer o que Deus quer.
Pois quem impedirá a Deus de fazer tudo quanto quiser? Mas porque o diabo se opõe a que nossa vontade e ações em tudo obedeçam a Deus, oramos e pedimos que se faça em nós a vontade de Deus. Que se faça em nós a obra da vontade de Deus, isto é, resultado de seu auxílio e proteção, porque ninguém é forte por suas prórpias forças. Com efeito, é a indulgência e a misericórdia de Deus que o protegem. Finalmente, manisfestando a fraqueza de homem, diz o Senhor: Pai, se possível, afasta-se de mim este cálice e, dando aos discípulos o exemplo de renunciar à prórpia vontade e de aceitar a de Deus, acrescentou: Contudo não o que quero, mas o que queres.
-- Do Tratado sobre a Oração do Senhor, de São Cipriano, bispo e mártir (século III)