30 de jun. de 2010

Pedir a Deus

Quem haverá, por mais irrefletido que seja, que desejando fazer um pedido a uma pessoa importante, não discuta consigo mesmo como lhe falará, de forma a agradar e não o aborrecer? Pensará também no que lhe irá pedir e para que fim, sobretudo quando se trata de coisa tão importante, como a que nosso bom Jesus nos ensina a pedir. Na minha opinião, é isso o mais fundamental.

Não poderíeis, meu Senhor, englobar tudo numa palavra e dizer: "Dai-nos, ó Pai, o que for conveniente e adequado?" Assim, nada mais seria preciso dizer a quem tudo conhece com perfeição.

Isto, na verdade, seria suficiente entre vós e vosso Pai, e foi assim que oraste no Horto de Getsêmani. Vós lhe manifestastes vossa vontade e temor, mas vos conformastes totalmente à sua vontade. Quanto à nós, Senhor meu, sabeis não sermos tão conformados assim, como o fostes à vontade do Pai. Por esta razão, cumpre pedir coisa por coisa. Deste modo, refletiremos antes se nos convém pedir. Em caso contrário, deixemos de pedi-lo. De fato, somos assim: se não for concedido o que pedimos, este nosso livre-arbítrio não aceitará o que o Senhor nos der. Porque, embora seja o melhor quanto o Senhor nos der, se não vemos logo o dinheiro na mão, nunca pensamos ser ricos.

-- Do livro o Caminho da Perfeição, de Santa Teresa de Ávila, virgem (século XVI).

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