Afirmei que o corpo do Meu Filho é um sol. Um sol indivisível: onde está o corpo, aí se encontra o sangue; onde estão o corpo e o sangue, aí se acha a alma de Cristo; e onde estão o corpo e a alma, aí se encontra a divindade. A natureza divina de Cristo jamais abandonou a natureza humana; nem a morte os separou. Desse modo, é toda a essência divina que recebeis nesse dulcíssimo sacramento, sob as espécies do pão. Como o soÍ não pode ser desintegrado, da mesma forma não se divide o todo-Homem e todo-Deus na brancura da hóstia. Suponhamos que a partícula seja subdividida; mesmo que se obtenham milhões de pedacinhos, em cada um deles está o todo-homem e todo-Deus. Como acontece num espelho quebrado, no qual a imagem quebrada se mostra inteira, assim o todo-homem e o todo-Deus está todo em cada parte da hóstia. Igualmente ele não diminui, à semelhança da chama no exemplo que segue: se, tivesses uma labareda e todos os homens se reunissem para nela acender alguma coisa, ela não diminuiria e todos a teriam por inteira. Certamente um levaria consigo mais que o outro, conforme a matéria inflamável que trouxesse. Para entenderes, cito outro exemplo: suponhamos que tais pessoas tragam diversos tipos de vela: umas de cinco centímetros, outras de dez, outras de trinta e, finalmente, outras de um metro. Todos vão à labareda e acendem suas velas. Cada terá uma labareda completa, com seu calor, sua claridade, sua luz. No entanto, dirás que o portador da vela de cinco centímetros levou uma labareda menor do que o da vela de um metro. O mesmo acontece com as que recebem o sacramento eucarístico, ao se apresentarem com a "vela" do desejo santo, pelo qual comungam. Aproximam-se com suas velas apagadas e as acendem neste sacramento. Disse "apagadas", porque de vós mesmos, nada sois; quanto à matéria que haveis de inflamar nesta luz, sou Eu que vo-la dou: é o amor! Criei-vos por amor; sem amor não podeis viver. O ser, recebido assim por amor, é acrescido no Santo Batismo, com uma nova disposição na força do sangue de Cristo. Sem este novo dom, seríeis como velas sem pavio, incapazes de captar a luz e acender. Realmente assim seríeis, se vossa alma não recebesse a luz da fé, através da graça e da caridade infundidas no Batismo. Como disse, criei vossa alma por amor e sem amor não podeis viver. Vosso alimento é o amor.
Onde vossa alma se acende? Na chama da minha caridade: amando-me, temendo-me, trilhando a mensagem do Meu Filho. Como disse, vossa alma ficará acesa com maior ou menor intensidade, de acordo com as disposições com que se apresentar. De um modo geral, todos vós tendes uma disposição igual, porque todos fostes criados à minha imagem e semelhança, e recebestes o dom da fé no Santo Batismo. Mas cada um pode crescer no amor e na virtude, conforme minhas disposições e os próprios esforços. Não se trata de passar de uma disposição a outra, diferente da primeira. Pela atividade livre, cresceis no amor; podeis fazer isso durante toda a vida, progredindo na caridade. Depois da morte, não. É com tal amor que deveis aproximar-vos do sol Eucarístico. Entreguei-o aos ministros, para que vo-lo distribuam como alimento; vosso proveito dependerá do desejo com que vos apresentais. Como no exemplo das pessoas que acendiam velas e saíam com chamas maiores ou menores, segundo o tamanho de suas velas, vós também recebereis o sol inteiro; mas supondo-se que não haja algum impedimento de vossa parte e da parte do ministro, participareis da luz e graça do sacramento na medida de vosso desejo santo. Quem se aproximasse em pecado mortal, nenhuma graça receberia, embora acolha em si o todo-Deus e todo-Homem.
Sabes a que se assemelha a pessoa que comunga indignamente? Se assemelha a uma vela molhada na água que apenas faz barulho ao ser encostada ao fogo; e, se por acaso acende, logo se apaga, fazendo fumaça. Sim, é isso que acontece com tal pessoa. No dia do Batismo, recebeis uma vela; se depois pecais, derramais "água" em vosso íntimo, umedecendo o "pavio" de vossa graça batismal; então, sem procurar "secá-lo" por meio da penitência, ides à mesa da comunhão receber a luz do sacramento eucarístico: recebê-Ia-eis materialmente, não segundo o espírito. Quando o homem não possui as devidas disposições, a luz nele não permanece. Ela se afasta e a pessoa confunde-se, apaga-se, cai na escuridão, em duplo pecado. Da comunhão conservará apenas o remorso. Não por culpa da luz, que em si mesma não padece imperfeição; é a "água" do pecado, presente no coração, que prejudicou o amor na recepção da luz. A luz sacramental, cheia de calor e claridade, nunca se empobrece; nem pela falta de amor do comungante, nem pelos seus pecados, nem pelos pecados do ministro. Como afirmei, a luz do sacramento assemelha-se ao sol, o qual ilumina objetos imundos e não se contamina, jamais perde seu fulgor, jamais se extingue. Mesmo que o mundo inteiro se alimente na luz e no calor deste sol. Ao ser distribuído pela hierarquia da Santa Igreja, Meu Filho não se afasta de Mim, Pai e sol eterno. Ele continua sempre o todo-Deus e o todo-Homem perfeito, à semelhança daquela labareda de que falei no exemplo. Mesmo que a humanidade inteira venha acender-se na sua luz, todos os homens receberão sua luz inteira, e ela intacta permanecerá.
Ó filha querida, fixa teu pensamento no abismo do meu amor. Todo homem deveria sentir o coração inflamado de caridade ao considerar, entre os outros favores meus, o benefício deste sacramento! Com que olhos, filha querida, tu e os demais deveríeis ver e tocar este mistério! Quero dizer: "ver" e "tocar" não apenas materialmente. Aqui, pouco valem os sentidos externos. O olho vê unicamente um pãozinho branco; a mão, ao tocar, nada percebe de mais profundo; o paladar sente só o gosto do pão. Enganam-se os pobres sentidos! Não se enganem, porém, os sentimentos do coração. Que o homem não queira enganar-se; que ele não recuse a luz da fé através do pecado da infidelidade. É pelo sentimento interior que o homem saboreia este sacramento; ele somente é visto pela inteligência iluminada com a fé. Somente esta enxerga na hóstia branca o todo-Deus e o todo-Homem, a natureza divina unida à humana, o corpo, alma, sangue de Cristo; sua alma unida ao corpo, o corpo e a alma unidos à divindade!
Filha querida, considera como é grande a pessoa que recebeu o pão da vida, o alimento dos anjos, com as devidas disposições. Ela permanece em mim e eu nela, como o peixe está no mar e o mar no peixe. Ao desaparecerem os acidentes do pão, deixo na alma a marca da minha graça, como acontece com o sinal do sinete na cera quente. Permanece no homem a virtude deste sacramento, ou seja, o poder da minha caridade, a clemência do Espírito Santo e a sabedoria do Meu Filho. Ao participar do Meu poder, a alma se fortalece contra as tendências da sensibilidade, contra os demônios e contra o mundo. Sim, retirado o sinete, fica gravado o sinal. Por outras palavras: uma vez consumidos os acidentes do pão, aquele verdadeiro sol retoma à sua esfera da qual, aliás, nem se tinha separado porque constitui uma só coisa comigo. Foi com amor abissal que minha providência vos deu Meu Filho como alimento, no intuito de vos salvar e alimentar durante esta vida de peregrinos e viandantes, de saciar a vossa sede e recordar-vos sempre o benefício da paixão. Considera, pois, quão grande é a vossa obrigação de Me amar. Sou a verdade eterna, imensamente digna de ser amada e vos amo tanto!
Onde vossa alma se acende? Na chama da minha caridade: amando-me, temendo-me, trilhando a mensagem do Meu Filho. Como disse, vossa alma ficará acesa com maior ou menor intensidade, de acordo com as disposições com que se apresentar. De um modo geral, todos vós tendes uma disposição igual, porque todos fostes criados à minha imagem e semelhança, e recebestes o dom da fé no Santo Batismo. Mas cada um pode crescer no amor e na virtude, conforme minhas disposições e os próprios esforços. Não se trata de passar de uma disposição a outra, diferente da primeira. Pela atividade livre, cresceis no amor; podeis fazer isso durante toda a vida, progredindo na caridade. Depois da morte, não. É com tal amor que deveis aproximar-vos do sol Eucarístico. Entreguei-o aos ministros, para que vo-lo distribuam como alimento; vosso proveito dependerá do desejo com que vos apresentais. Como no exemplo das pessoas que acendiam velas e saíam com chamas maiores ou menores, segundo o tamanho de suas velas, vós também recebereis o sol inteiro; mas supondo-se que não haja algum impedimento de vossa parte e da parte do ministro, participareis da luz e graça do sacramento na medida de vosso desejo santo. Quem se aproximasse em pecado mortal, nenhuma graça receberia, embora acolha em si o todo-Deus e todo-Homem.
Sabes a que se assemelha a pessoa que comunga indignamente? Se assemelha a uma vela molhada na água que apenas faz barulho ao ser encostada ao fogo; e, se por acaso acende, logo se apaga, fazendo fumaça. Sim, é isso que acontece com tal pessoa. No dia do Batismo, recebeis uma vela; se depois pecais, derramais "água" em vosso íntimo, umedecendo o "pavio" de vossa graça batismal; então, sem procurar "secá-lo" por meio da penitência, ides à mesa da comunhão receber a luz do sacramento eucarístico: recebê-Ia-eis materialmente, não segundo o espírito. Quando o homem não possui as devidas disposições, a luz nele não permanece. Ela se afasta e a pessoa confunde-se, apaga-se, cai na escuridão, em duplo pecado. Da comunhão conservará apenas o remorso. Não por culpa da luz, que em si mesma não padece imperfeição; é a "água" do pecado, presente no coração, que prejudicou o amor na recepção da luz. A luz sacramental, cheia de calor e claridade, nunca se empobrece; nem pela falta de amor do comungante, nem pelos seus pecados, nem pelos pecados do ministro. Como afirmei, a luz do sacramento assemelha-se ao sol, o qual ilumina objetos imundos e não se contamina, jamais perde seu fulgor, jamais se extingue. Mesmo que o mundo inteiro se alimente na luz e no calor deste sol. Ao ser distribuído pela hierarquia da Santa Igreja, Meu Filho não se afasta de Mim, Pai e sol eterno. Ele continua sempre o todo-Deus e o todo-Homem perfeito, à semelhança daquela labareda de que falei no exemplo. Mesmo que a humanidade inteira venha acender-se na sua luz, todos os homens receberão sua luz inteira, e ela intacta permanecerá.
Ó filha querida, fixa teu pensamento no abismo do meu amor. Todo homem deveria sentir o coração inflamado de caridade ao considerar, entre os outros favores meus, o benefício deste sacramento! Com que olhos, filha querida, tu e os demais deveríeis ver e tocar este mistério! Quero dizer: "ver" e "tocar" não apenas materialmente. Aqui, pouco valem os sentidos externos. O olho vê unicamente um pãozinho branco; a mão, ao tocar, nada percebe de mais profundo; o paladar sente só o gosto do pão. Enganam-se os pobres sentidos! Não se enganem, porém, os sentimentos do coração. Que o homem não queira enganar-se; que ele não recuse a luz da fé através do pecado da infidelidade. É pelo sentimento interior que o homem saboreia este sacramento; ele somente é visto pela inteligência iluminada com a fé. Somente esta enxerga na hóstia branca o todo-Deus e o todo-Homem, a natureza divina unida à humana, o corpo, alma, sangue de Cristo; sua alma unida ao corpo, o corpo e a alma unidos à divindade!
Filha querida, considera como é grande a pessoa que recebeu o pão da vida, o alimento dos anjos, com as devidas disposições. Ela permanece em mim e eu nela, como o peixe está no mar e o mar no peixe. Ao desaparecerem os acidentes do pão, deixo na alma a marca da minha graça, como acontece com o sinal do sinete na cera quente. Permanece no homem a virtude deste sacramento, ou seja, o poder da minha caridade, a clemência do Espírito Santo e a sabedoria do Meu Filho. Ao participar do Meu poder, a alma se fortalece contra as tendências da sensibilidade, contra os demônios e contra o mundo. Sim, retirado o sinete, fica gravado o sinal. Por outras palavras: uma vez consumidos os acidentes do pão, aquele verdadeiro sol retoma à sua esfera da qual, aliás, nem se tinha separado porque constitui uma só coisa comigo. Foi com amor abissal que minha providência vos deu Meu Filho como alimento, no intuito de vos salvar e alimentar durante esta vida de peregrinos e viandantes, de saciar a vossa sede e recordar-vos sempre o benefício da paixão. Considera, pois, quão grande é a vossa obrigação de Me amar. Sou a verdade eterna, imensamente digna de ser amada e vos amo tanto!
-- Do livro Diálogos da Providência Divina, de Santa Catarina de Sena (século XIV)
Um comentário:
OH! ABISMO DE AMOR FECUNDA MINHA ALMA SÓ PRA TE ADORAR E PARA GRITAR AO MUNDO O QUANTO TU ÉS BELO! SOL EUCARISTICO!
Ó VERDADE ETERNA QUE AMO!
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