Na Terra os santos estão ressucitando, enquanto nos céus os anjos honram a Deus, no centro da iamgem, |
40. A nossa alma, criada a imagem e semelhança de Deus Todo-Poderoso, por ter uma natureza espiritual, é enriquecida com faculdades que representam a perfeição divina: vontade, inteligência e memória. A partir da criação é impelida por um certo desejo inato, inspirado pelo Criador, de unir-se a Ele, sua imagem. Não podemos crer que tão excelente criação de Deus, este instinto ativo dado pelo Criador, tenha sido em vão. Todos nós, cristãos, estamos convencidos do contrário e, sem dúvidas, achamos que a alma, exceto se lutar contra, buscará satisfazer este desejo e buscar aquele bem superior a tudo, a vida eterna. E, até mesmo antes da ressurreição do corpo, as almas que houverem morrido na graça de Deus e totalmente purificadas de todos pecados, estarão de posse desta vida eterna, sendo admitidas a partir deste momento à vista e alegrias de Deus.
41. Portanto, estas almas, uma vez unidas aos seus corpos, em um estado melhor e mais perfeito, irão aproveitar a felicidade que estamos descrevendo, ininterruptamente pela eternidade. Por todo este espaço de tempo, infinito, as almas dos santos regojizarão com Deus nos céus, junto aos coros de inumeráveis anjos, jubilantes e triunfantes Santos, entre todos homens, todos na presença amorosa e beatifica de Deus Criador e Senhor de tudo, que despejará suas bençãos celestiais em cada um e sobre todos. A excelência destas bençãos é tão sublime, que por maior esforço façamos durante nossa vida mortal pensando ou imaginando, nunca formaremos uma idéia ou imagem que se aproxime, mesmo que a longa distância, da verdade. A magnificência de Deus supera de tal modo nossa forças que nem os Santos puderam imaginar quão grande é este amor de Deus. No entanto, o menos que consigamos imaginar ou compreender sobre esta inefável felicidade, é abundatemente suficiente para nos convencer que devemos desejá-la.
42. No céus os santos vivem em paz e descanso, numa gloriosa paz, sem reclamações ou ofensas contra qualquer um, todos em amor mútuo, honrando um ao outro, compartilhando todos bens. Eles não podem sentir nenhum impulso ao mal, serem atacados por outros, ou temerem qualquer coisa. Por outro lado, tão abundante são os bens que possuem, bens de todos tipos, que ultrapassam todos desejos e são suficientes para a eternidade. E todas bençãos são seguramente guardadas para eles, que não precisam temer, nem há risco, de serem retiradas ou diminuídas. Isto é o que São Matias compreendia quando disse: Creio na Vida Eterna.
-- Explanação Catequética do Credo para os Habitantes das Ilhas Molucas, por São Francisco Xavier (século XVI)
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